Até já



O quarto voltou a ser o mesmo de há 5 meses atrás.
Os móveis saíram do sítio e estão agora onde sempre estiveram.
Aos meus pés, tenho tudo o que precisei (ou achei que precisava) para me aguentar por cá, sem sentir a falta de casa.

Mas afinal... que casa?
O "meu" espaço, por aqui, já não é meu porque já não me tem, nem tem o que é meu. E outro também não. E afinal...o que faz um espaço ser nosso? As pessoas que nos acolhem? As coisas que trazemos? ou... As coisas que levamos?
Ando em meias medidas, meias casas, meios lugares. Sempre digo, e continuo a achar: "Casa, é onde te sentes bem".
Foi um tempo muito bom, de muita aprendizagem. Foi um salto para a vida, sem dúvida. Mas quero ficar.
Há alturas em que sentimos que o nosso lugar é outro.
O bom de se poder guardar coisas no coração é saber que cabe sempre mais alguma coisa e que para guardar, não precisamos de tirar nada.
Continuo a trazer Coimbra, e a amá-la por tudo. Muito do que sou, deve-se à forma como cresci e aprendi a viver. As formas de estar têm que ser diferentes.
Não quer dizer que não sinta saudades do Avós e da restante família, quer só dizer que a vida vai mudando e os nossos lugares também vão sendo outros.
Por enquanto, o meu lugar é onde eu tiver coisas a acrescentar e outras a aprender... seja onde for.
Então...(quiçá) - até já, Lisboa!

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