Há sempre...

Já dei quase todos os abraços que faltavam.
Como outrora, é um "até já" e não uma despedida. As malas estão feitas, as coisas preparadas. O espaço futuro ainda está vazio de mim, mas em breve irá conhecer o cheiro do movimento, da agitação, das entregas e do re-começar.
Questiono-me quando é que comecei a aprender a voar...quando fui capaz de sair do ninho? E por falar em ninho...ele agora está tão quente. Voltei a sentir-me bem por aqui e mais uma vez a vida me leva para outros rumos, a refazer outras casas e descobrir outras pessoas. Vou porque há coisas novas a construir noutros lugares, sou chamada a partilhar o que sou com outros sorrisos abertos (assim o espero). E medo? Sim, também vai comigo...mas esse, normalmente costuma desaparecer. É o que se chama "medo do desconhecido". Tenho aprendido a relativizar as situações, com o medo é o que posso fazer. Vou só torná-lo relativo. Não adianta esconder-me no: Ainda me sinto tão pequena para passos tão grandes!; No fundo, isso não é verdade. Tomei consciência que sou capaz de coisas bem mais radicais do que mudar de cidade, de caras e de casa.
É só porque...eu crio sempre raízes onde quer que vá....
Hoje descobri esta música da Mafalda que se chama "ficar mais perto". É mesmo isto. Quero ficar mais perto de mim, mais perto das coisas que aprendo e que me realizam! Aprendi que não deixo nada para trás. O que vivi é o que sou.
Há sempre uma maneira de recomeçar o que se quiser!
Eu quero. Mesmo sem vontade...hei-de encontrar um entusiasmo escondido dentro da alma.


"Deixa-me só seguir o rumo
De outro sentimento
Que acontecer
Nem tudo o que nos ata
Nos pode prender
Porque há sempre uma maneira
De recomeçar
O que se quiser
Há sempre uma maneira
De recomeçar
O que se quiser
Há sempre uma maneira
de recomeçar"

Ir...e voltar

O ir e o voltar...
Sempre foi uma coisa que me fez confusão, quando se trata de estar na vida das pessoas.
Ou estamos, ou não estamos. Quando entramos, entramos para ficar. Quando temos que sair, saímos.
Não gosto da indecisão de estar ou não na vida das pessoas. Não gosto de me sentir "nem quente nem fria".
Gosto de organizar o coração e a cabeça e sentir que o faço com um propósito porque a vida a ele me levou. Continuo a achar que o tempo é relativo quando queremos bem a alguém.
Para os amigos há sempre tempo...
Mas há tantos valores trocados por aí...

Sorrir e sorrir...

Acabei de chegar de um dia fantástico!
Há uns anos em Taizé, tive uma das conversas mais marcantes na minha vida, sobre a Verdadeira Felicidade. Nessa conversa partilhava que para mim, a verdadeira felicidade só pode vir de Cristo.
Hoje, estive no encontro das pós-jornadas. Basicamente serviu para nos (re)vermos. Partilhava com a C. que a verdadeira felicidade, continua a ser para mim, a que vem de Deus, porque hoje senti mesmo uma alegria imensa. Toda aquela alegria dos dias quentes em Madrid. É tão bom abraçar as pessoas que nos marcam e sentir que esse abraço vem retribuído. É bom dizer: tive tantas saudades tuas! Como estás?;
Sinto-me tão grata pelas pessoas que tenho conhecido em Deus! Cada um me toca à sua maneira. Sobretudo saber que Ele nos ama com todos os nossos defeitos e que mesmo assim nos junta para gerarmos energia positiva!
Afinal...o que nós somos são as nossas histórias, as nossas vivências - o nosso passado. É isto que nos apaixona pelas pessoas.
Se havia partes de mim a precisar de força, acho que hoje elas foram preenchidas com a alegria do viver enraizados e edificados em Cristo.
Sinto o quentinho de cada abraço, como uma casa onde todos somos família e onde basta olharmos uns para os outros para entendermos o que sentimos.
Hoje, tenho um sorriso enorme dentro de mim que me chega ao rosto e inunda a minha vida.
Há dias em que sabemos sorrir com o coração!

Mudanças

Ando por aqui em mudanças.
Mudanças de muitas coisas...que nem sempre são fáceis de gerir. Têm sido tempos de grandes decisões e trocar as voltas.
Tenho sentido que há muitas histórias que se repetem e outras que nem sequer poderão acontecer. Há mágoas nessas decisões do dia-a-dia...há os "e se um dia..." e há dúvidas;
A minha frase preferida ultimamente tem sido o "deixa-te surpreender". Não é nada fácil perante as incertezas e os medos de um espaço novo.
Foi um dia estranho.
Foi literalmente um dia de muda(nças) (n)a Rita.
Há quatro anos atrás não me imaginava onde estou agora a chegar (se calhar nem sequer há meio ano), mas sinto que vai ser muito importante. Sobretudo, quero deixar-me chegar e quero voltar a sentir que pertenço a um espaço que é criado por mim, devagar, como eu gosto...
Começo por baixo, com calma e paciência (ou pelo menos, tento).



"Não há decisão que não implique deixar algo.
Escolher um caminho é sempre optar por não percorrer o outro.
Mas o Amor tem sempre um lado de cruz, o Amor pede fidelidade mesmo quando é difícil ou não apetece.
Seguir Jesus implica abraçar a cruz. Deixar egoísmos e preocupações próprias e abraçar as preocupações e dificuldades dos demais
Isto é o perder a vida para que outros tenham vida."

Oração de S.Francisco

Senhor, fazei de mim um instrumento de vossa paz;
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvidas, que eu leve a fé;
Onde houver erros, que eu leve a verdade;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, fazei com que eu procure mais consolar,
que ser consolado;
Compreender, que ser compreendido;
Amar, que ser amado;
Pois é dando que se recebe;
É perdoando, que se é perdoado;
E é morrendo que se vive para a vida eterna.

Todo o tempo do mundo

Nunca vamos conseguir ser plenamente felizes, se não aceitarmos as nossas fraquezas.
Nem sempre conseguimos perceber a dimensão das coisas em que nos propomos a dar de nós. Nem sempre entendemos que não devemos viver só para uma coisa.
Passamos os dias a correr, sem darmos o privilégio a nós mesmos de parar e olhar. Vivemos por fora, quando devíamos viver por dentro, sentir por dentro e sorrir de dentro. Impomos à nossa Vida um ritmo frenético de prazos, entregas, deadlines, coisas que têm que ser cumpridas! A pergunta é: Estás contente? És feliz?; É que estar contente é muito diferente de SER feliz.
Quando um dia re-pararmos, vemos que afinal este ritmo sufocante só nos fez mais fechados, mais pequenos e mais solitários. Precisamos de respirar.
Ser Adulto não é, e nunca será sinónimo de ser infeliz, até que nós o deixemos.
Enquanto depender de mim, não será a minha idade que me torna fechada, mas sim disponível aos outros, por saber-me uma pessoa com uma história feita de quedas mas também de vitórias.
Nunca conseguirei ser perfeita, mas hei-de conseguir ser melhor e para ser melhor, tenho que querer. E eu quero! Quero muito!
Hoje, esta música mas sobretudo esta letra andou-me muito na cabeça...
Espero que algum dia também ela faça sentido noutras vidas.



Podes-me interromper e contar a tua história
O dia que aconteceu
A tua pequena glória o teu pequeno troféu
...
Agora em tudo o que faço, o tempo é tão relativo
Podes vir por um abraço, podes vir sem ter motivo
Tens em mim o teu espaço

Até já ou...
Até sempre
Há uns tempos achava que trabalhava bem sob stress.
Ultimamente tenho reparado que a sobrecarga me deixa exausta e completamente deitada por terra.
A minha convicção em cumprir prazos e não deixar os outros na mão está sinceramente a deixar-me muito cansada. Até já comprei uma agenda, porque não sou capaz de memorizar tudo como antigamente.
Tenho saudades da calma.
Daqueles dias lânguidos em que via filmes e desenhava sem ter a obrigação de entregar o que imaginava.
Talvez não esteja a racionalizar bem as coisas. Há dias mesmo muito complicados em que não vemos nada de positivo.
O meu exercício tem sido sair de mim e olhar-me. Conseguir minimizar o problema. Visto de fora é sempre mais fácil.
Gosto do que faço e espero fazê-lo para toda a vida...
Tudo o que preciso é de desligar...só assim...uma semana!

Palavras...


You secretly made
Castles of sand that you hide in the shade
But you cannot hold the tides that break them
And you build them all over again

Love, ain't this enough
You push yourself down
You try to take comfort in words
But words
They cannot love
Don't waste them like that
Cus they'll bruise you more
Há um espaço que controlas e dominas.
Foges do que não te está nas mãos.
És grande.
Vives da correria dos dias.
O sono é escasso.
Esqueceste da felicidade da simplicidade de não ter pressa.
E eu...que pequena sou, continuo a pensar cada vez que te olho: Para que corres afinal? Para onde corres? Onde queres chegar?

Sem Ti


"A tua vida sem Deus fica a meias"
Cada vez mais acho que as pessoas são a maior caça ao tesouro que podemos jogar!
Não é fácil aprender a conviver com os defeitos.
Não é fácil lidar com o que nos irrita.
Sei apenas que precisamos uns dos outros, com tudo o que se traz na bagagem.
É tempo de olhar para dentro e fazer escolhas.
Não quero que me agradem, quero só sentir verdade na outra margem.
Encaixar que não posso perceber tudo, mesmo que pareça que consigo entender.
É tempo de me sentar no chão e despojar-me. Ser livre.
Há outro degrau mais acima que está à espera para me ensinar o preço de subir consciente de que passei por todas as etapas.
Há coisas que precisam ser feitas com calma, sem tirar espaço para não sufocar.
Devagar...
Bem devagar....
Com honestidade e verdade - sermos cada vez mais nós em todas as coisas; E mesmo assim, continua a não fazer sentido para muitos.
E as águas continuam a correr como sempre correram....

Saudades do Céu

Por vezes, tenho saudades do Céu...daquele Céu cheio de estrelas que tão bem conheço.
Aquele onde uma vez, enrolados em sacos-cama, passámos horas e horas a divagar.
É um Céu cheio de estrelas cadentes. Acredito até que seja mágico. Único é, certamente.
Há lugares que são autênticos abrigos...
Não olho aquele Céu há dois anos...
Não guardo fotos, nem desenhos. A perfeição só se pode guardar num lugar - na memória.
É aí que guardo aquele Céu.
Tão meu, tão nosso...

Linguagem Universal

Hoje percebi que não há linguagem mais universal que a música.
Podemos falar muitas línguas, mas haverá sempre uma barreira, uma forma de não nos compreendermos. Não quer dizer que não sejamos capazes de nos fazer perceber. Acontece que a música é genuína, é sentida e é expressada de uma forma tão natural que chega a qualquer um. Cada um sente o que a música lhe pode dizer...
Porquê tudo isto?
Porque hoje a Gosia (a minha amiga polaca que me veio visitar) esteve a tocar piano (um dos meus instrumentos preferidos) e nem sequer consigo pôr por palavras o que a música que ela tocou fez em mim... Sinto-me muitas vezes afectada (positivamente) pela Arte, por algo que sinto mas que não sei expressar. Sim, é fácil deixar-me tocar e emocionar-me mas há coisas que me ultrapassam completamente e me deixam tão livre quanto posso ser. Não é um sentimento de ter amarras, mas sim de uma queda livre em algo que conheço tão bem que nem consigo atribuir forma.
Esta música tem este efeito em mim...não conseguir expressar o que ela me passa, porque tudo o que poderia dizer ficaria aquém da verdade mais pura. O máximo que consigo é talvez: Inspiração; mas continua qualquer coisa em falta!
Agradeço a Deus a Música! Agradeço as pessoas que lhe sabem dar forma, cor, sentimentos...o tocar ao de leve e depois mais forte sobre as teclas brancas e pretas!
Agradeço estes momentos que fazem um dia tão valer a pena...

Depois disto, o Inglês é sem dúvida muito limitado para a nossa comunicação possivel! O silêncio entre nós, também tem destas coisas...

Back for good

Houve um tempo em que me preocupei em estar de acordo com o que todos achavam bonito ou na moda!
Estou a falar sobretudo de música e os gostos de cada um.
Faz parte da adolescência dizer que gostamos todos da mesma coisa, ou que isto ou aquilo não presta (mesmo que gostemos). Eu também o fiz e por vezes tenho a tentação de o voltar a fazer...acontece que agora, o mais importante para mim é a verdade e estar de acordo com o mais genuíno de mim. Isto implica muito trabalho pessoal de contrariar o que pode passar para o exterior. Implica exposição do nosso verdadeiro "eu".
Há alturas em que tenho muitas saudades da minha adolescência, se bem que tenho plena noção da época difícil que foi. Lembro-me das lutas interiores, do chorar sem saber porquê, das revoltas e do ficar bem de repente. À distância (não sei porquê) tudo parece mais bonito. É por isso que tenho saudades. Porque sei que não vou voltar a vivê-lo. Mesmo assim, não quero deixar de partilhar uma música que me apeteceu muito ouvir hoje e me lembra esses tempos. Sim, gosto dela e gosto sobretudo desta versão...
Não temos que perder a inocência, temos só que a saber viver de outra forma!

A força das convicções

Hoje, quem andou pelas Docas de Coimbra durante a tarde, concerteza que reparou num rapaz que estava a fazer Windsurf . Se sim, deve ter reparado que este rapaz esteve a tarde toda a cair da prancha e a tentar equilibrar-se ao sabor do vento.
A primeira reacção claro que é rir e pensar "vais cair de novo não tarda muito". Acontece que depois de pensar isto, me veio à memória uma grande Alma - o Nick Vujicic - que diz: Se eu cair 100 vezes hei-de levantar-me 101; Realmente, o que me impressionou nesta pessoa foi a determinação e a persistência em conseguir erguer-se.
De facto, seria tão fácil e tão seguro para mim desistir, perante as dificuldades. Admiro este rapaz porque apesar de todas as gargalhadas e olhares de gozo, manteve-se ali, firme na convicção de que iria conseguir!
Quero só partilhar que...quando acreditamos muito que somos capazes, somos mesmo! Mas nada nos cai do Céu. Precisamos de ser persistentes e valorizarmos as nossas capacidades que nos ajudam a ir mais longe!
Importa dizer que uma hora mais tarde, quando passei para o outro lado do Rio, este rapaz estava erguido sobre a prancha a navegar ao sabor do vento...

Preciso de espaço


É muito bom ter amigos!
É muito bom fazer amigos!
Esta semana andei a mostrar Lisboa a uma amiga que conheci há dois anos em Taizé. Nunca mais tinha visto a Gosia, até Quarta-feira, quando ela chegou com um sorriso e um abraço vindos directamente da Polónia!
Ando por aqui e por ali a conhecer com ela, com a irmã dela e com a Catarina o melhor que tem a nossa linda Lisboa!
Ontem, fui pela primeira vez ao Museu do Fado. Encontrei por lá este poema/fado que me disse alguma coisa...achei por bem partilhá-lo!