O ultimo segredo

Pela cidade estão espalhados por toda a parte grandes cartazes a anunciar o novo romance de José Rodrigues dos Santos de seu nome "O ultimo segredo". Ao que parece este romance está baseado em fontes religiosas, históricas e cientificas e fala sobre a pessoa mais polémica de sempre - Jesus Cristo.
Gostava de fazer notar como é tão fácil sermos levados pelos rótulos e pelas propostas aliciantes do que será um "best seller". A minha posição em relação a livros que contestem tudo aquilo em que eu acredito é muito simples: Ignoro-os; acho que é o melhor que podemos fazer. Jesus é insultado de tantas maneiras, todos os dias...se eu dou a cara por Ele, porque hei-de eu dar o meu tempo/dinheiro a alguém que vai contra Ele, se tudo o quero na vida é ir de encontro a Ele?

Não haverá coisas melhores para ler? "Ah, mas é bom que leias para saberes do que trata" - aceito, mas mesmo assim, acho preferível ocupar o pouco tempo que tenho a fazer algo útil, em vez de o gastar com coisas que só me afastam de Deus - é a força das convicções.

Há imensas coisas todos os dias que nos afastam de Deus, porque é que hei-de dar crédito a mais uma?
Não duvido da qualidade do livro enquanto romance, enquanto objecto histórico. Nem sequer duvido das capacidades deste jornalista, nem da sua escrita. Simplesmente, estou no meu direito, tal como ele esteve no dele ao publicar o livro, de escolher se o "engulo" ou não.
No fundo, tudo se prende com a escolha de achar o que me liberta e o que me pode prender. (sim, hoje estou com a mostarda no nariz).

Termino então, só com um vídeo que achei muito interessante.
Razões para não se ir à Igreja:




"Passo a passo,
Grão a grão,
Completamos esta construção"

O meu mano

Tudo o que fazemos nos leva a algum lado.
O caminho faz-se lá atrás. Começa-se lá atrás.
"Não sei o que vem a seguir, mas quero procurar."
A distância só é sinónimo de afastamento quando queremos.
Hoje recebi uma mensagem que me derreteu por dentro e me fez ver que o amor e o carinho são laços que "o longe" não cessa. Dizia mais ou menos isto "Acabei agora mesmo de ouvir o Passo-a-rezar de hoje! Identifiquei-me com ele :) Obrigado por tudo mana, boa noite".
O J. tem 14 anos. Uma vez rezámos juntos (já vos contei).
Que dizer de uma mensagem assim?
Não há cedo nem tarde para se sentir aconchegado em Deus. Não há nada que façamos no passado que não dê frutos no presente. Eu ensinei o meu irmão a rezar...ensinei-lhe o Deus próximo que sinto e que rezo para ele sinta cada vez mais. Tenho um orgulho enorme nele e na pessoa em que se está a tornar. Espelha os valores da honestidade e integridade. Perdoem-me, é meu irmão eu sei, mas sinto uma enorme vontade de falar do orgulho que tenho nele.
No fundo, é só isto que hoje quero partilhar...
Não é preciso muito para os meus olhos brilharem e este foi sem dúvida o momento do dia que mais sentido fez!
Obrigada J. :)

Amar

"A base de tudo é amar" dizia ontem o Pe.Nuno Tovar de Lemos, fazendo uma analogia ao primeiro mandamento de todos.
"Amar a Deus sobre todas as coisas" e só depois "amar o próximo como a ti mesmo", que juntamos num só e no mais importante mandamento. Santo Agostinho dizia: "Ama e faz o que quiseres"...
Tenho pensado muito, que amar nem sempre é fácil. Há muitos estigmas que nos impedem de amar. Além disso, a palavra "amor" está demasiado banalizada. Perdemos o sentido do amar. Por tudo e por nada "amamos". Acho mesmo, que hoje precisamos de pouco para amar (no sentido que todos dão).
Amar, está na minha opinião, a ser demasiado confundido com "gostar"/"estar entusiasmado".
Respeito muito a palavra "amar". Tento usá-la bem, a seu tempo e com quem a devo usar. Nem sempre é fácil quando somos levados pelo entusiasmo e pelas coisas que nos fazem bater o coração.
Amar também implica uma seriedade à qual não podemos fugir, mas que nem todos os que acham que amam, querem assumir.
Penso que este mandamento do "amar" é o mais importante não por ser bom, mas sim por ser muito mais do que isso. É que no fundo, é um mandamento exigente de entrega, de sacrifício, de despojamento, de ceder (e a lista poderia continuar). É também o saber deixar partir.
Sei que somos feitos para amar, mas ninguém poderá preencher toda a sede de amor que temos, a não ser Deus, que nos faz sentir completos e em casa. É arriscado confiar? Sim, é. Mas os frutos são maiores. É o preço de viver da confiança em Alguém que não vemos, mas que no entanto nos está debaixo da pele...
E amá-Lo é tão bom!
Tão quente...
Tão nosso...
Tens que te sentar no chão.
Despojar-te!
Prostrares-te e largares o que és.
Chama o bom que podes ser!
Descalça-te.
Sente o chão.
Aprende que o serviço é uma dádiva e que podes fazer dele o teu dia-a-dia.
Sê simples...
Porque é simples!

Deixa-te ficar...

"Tenho livros e papéis,
Espalhados pelo chão...
A poeira de uma vida deve ter algum sentido
Uma pista um sinal, de qualquer recordação...
Uma frase onde te encontre e me deixe comovido.

Guardo na palma da mão o calor dos objectos,
Com as datas e locais...porque brincas? Porque ris?
E depois o arrepio...a memória dos afectos...!"
Tenho pensado nas distâncias...
Do que nos separa uns dos outros.
E definitivamente as distâncias físicas não são as mais intransponíveis, mas sim as distâncias da alma. A distância entre o dar a mão e não dar. Entre o falar ou não falar. Entre o querer estar ou não querer.
Afinal o que nos liga são os laços que criamos com as pessoas. Esses laços têm que ser alimentados muitas vezes seja com um telefonema ou com uma simples mensagem.
O lado quente da saudade, é todo aquele que mexe cá dentro quando alguém nos vem à memória.

Assumir o que é(s)



Como dizia num dos últimos textos: Ser fácil ou difícil, é diferente de correr bem ou mal.
Ontem, como muitas vezes já aconteceu, tive a experiência de falar do que eu sou e daquilo em que acredito, a pessoas que me conhecem muito pouco.
Lembrei-me daquele texto que gosto imenso, em especial da frase: "Expor os seus sentimentos é arriscar-se a expor o seu verdadeiro eu" e eu resolvi correr o risco.
Tive que mostrar a força das minhas convicções. Mostrei-o de uma forma natural, como penso que deve ser feito, respeitando a opinião de cada um, assim como respeitaram a minha e isso foi importante. A maturidade dá-nos a força de dizer o que sentimos e o que é parte de nós, com olhos de respeito.
No entanto, senti-me sozinha naquele barco, apesar de saber que não estava, continuava a ter os Três comigo, mas não fisicamente e isso às vezes custa. Mas num milésimo de segundo, vieram-me à memória imagens de dias quentes de Agosto, em que um milhão e oitocentos mil jovens gritavam: Esta es la juventud del Papa.
Tudo fez sentido e o coração ficou quentinho!

Compilação de músicas da casa em obras

Que se pode fazer na hora de almoço enquanto a nossa casa continua em obras?
Ora, pusemo-nos a adaptar músicas que se encaixam num senhor pedreiro em especial, que baptizamos de Lenio!
Aqui está a bela da compilação, quem conseguir identificar todas as músicas ganha uma bolacha!

"Foste entrando sem pedir e marcaste os teus sinais....Vasculhaste os meus segredos e (eu não deixei)...Sujaste quase tudo e quase tudo foi demais" - Ou não fosse a guitarra ter dedadas de tinta!

"A casa vai torta jamais se endireita o Lenio persegue esconde-se à espreita" - e também esconde o nosso limpa-vidros!

"E mexe remexe em tudo o que gosta" - até pode não gostar da vassoura, mas o facto é que a nossa aparece em sítios diferentes de dia para dia.

"Os dias passam devagar e noite me diz que você vai voltar. Os moveis saem do lugar e corro a casa e não consigo encontrar: o limpa-vidros, a vassoura, o edredon e até o frasco de champô!" - a verdade é que o nosso sabonete liquido está a diminuir exponencialmente!

"Eu quero-te roubar pra mim, eu que não sei pedir nada...Eu só quero saber quando é que obras acabam nesta casa!!!! AHHHHH eu só quero saber quando é as obras acabam nesta casaaaa "

"As saudades que eu já tinha da minha casa limpinha como eu a aqui deixei"

Enfim! Amanhã (esperamos) que seja o ultimo dia!
Os nossos objectivos de vida, têm que se prender com algo que nos liberte.
A liberdade passa pelo interior. Por fora podemos ser livres de muitas maneiras...podemos ser independentes, morar sozinhos, não dar satisfações a ninguém, ter carro e casa própria, mas é a liberdade interior que nos torna grandes por dentro.
Muitas vezes, a nossa liberdade está limitada por pré-conceitos e por falta de visão. O saber olhar é algo que se treina e se corrige em nós. Quando estamos em frente a uma árvore, não conseguimos ver o resto da floresta. Precisamos de nos afastar para poder ver o todo. Isto acontece com os nossos problemas.
Tenho aprendido a relativizar o medo. O medo fará sempre parte e estou ciente disso, mas também sei que não lhe posso dar um lugar de destaque na minha vida.
Ser fácil ou difícil é diferente do correr bem ou mal - uma coisa não implica a outra. É como o ser feliz ou estar feliz. Podemos viver uma vida que corre bem mas pode não ser fácil. Há coisas pelas quais temos que lutar e chegamos lá, por muito complicado que seja.
Amanhã começa uma nova etapa.
Confiar...
Confiar...