"Olha pra mim
Deixa voar os sonhos
Deixa acalmar a tormenta
Senta-te um pouco aí
Olha pra mim
Fica no meu abrigo dorme no meu abraço
E conta comigo, que eu estarei aqui

Enquanto anoitece
Enquanto escurece
E os brilhos do mundo cintinlam em nós"

Tirei esta foto no Porto. E mal a tirei, fez-me lembrar esta música da Mafalda Veiga!
Só por acaso é a minha preferida :)

Obrigada!



Obrigada por todos os bocadinhos que estás comigo :)

Noite CC

Taizé 2009


Vim de Taizé na Segunda-Feira passada. Só hoje me acho capaz de descrever o que lá vivi, talvez porque em quatro dias a minha vida tenha dado muitas voltas, eu tenha tomado decisões definitivas. Hoje é o dia em que me sinto capaz de falar... Não é possivel descrever Taizé, é simplesmente rídiculo tentar! Penso que ninguém consegue, e a resposta será sempre a mesma: Só se fores é que entendes.
Eu já fui a Taizé três vezes, em três anos seguidos, mas nenhum ano me preencheu como este. Este foi um ano em que eu fui para lá para "me levantar" das quedas deste ano difícil que passou. Fui sem espectativas, e fui na esperança de me encontrar com uma velha amiga que já não via há muito tempo: EU!; Fui também na esperança de deixar crescer mais Deus em mim. Sendo assim, investi mais na relação comigo e com o Invisível, do que na relação com os outros, e o engraçado foi descobrir, que ao investir em dar-me bem comigo e com Deus, me dava mais e melhor aos outros. Quanto mais profundo desci à Rita que já não conhecia, mais vontade me deu de a trazer à tona e dizer "CHEGA!" ao que está pendente e errado na minha actual ex-vida. E foi lá, nessa semana curta demais, que fui capaz de arrumar as prateleiras e limpar o pó, tirar o que já não interessa e manter o que me faz feliz.
Nunca me custou tanto deixar aquele lugar...Aquele pedacinho de Céu.
Para além de trazer comigo a velha Rita, trouxe a bagagem cheia de força, de amigos, de nova vida :) mas sobre tudo de Deus. E tudo isto, não encontro em mais lado nenhum!

Deixa o mundo girar

"Está aqui, o meu telemóvel está farto de ficar branco! Por momentos não lhe consigo fazer nada! Apaga-se simplesmente! Por isso preciso mesmo que mo arranjem! Tirei-lhe o cartão de memória, não vai ser preciso pois não?", ele assentiu que não e que esperava que eu tivesse feito uma cópia de todas as coisas que considerava importantes porque eles iriam fazer uma formatação, iria perder tudo!

"Importantes" pensava eu. O que é para mim importante naquele telemovel? Na noite anterior não consegui gravar para o cartão as dezenas de mensagens que lá tinha e que eram "importantes", fiquei só com fotografias. Afinal que raio, o que me deixou apreensiva foi o ficar sem o telemovel, ou o apagar dezenas de histórias? Ficar sem mensagens antigas? (que me diziam muito), ficar sem mensagens que mudaram a minha vida de um momento para ou outro?

Mal sai da loja pensei: É melhor assim! Tu nunca teria coragem de as apagar, assim alguém fá-lo-à por mim.
Então senti-me fraca, por não me saber disfazer de certas coisas que me magoam. Senti-me fraca em arrastar pedaços de passado! Talvez sendo outras pessoas a fazê-lo custe menos, "Teve de ser"...mas...está na altura de fazeres por ti!

"Quantas vezes vais olhar para trás? Estás preso a um passado que pesou! Quantas vezes vais ser tu capaz de fazer sair, quem por engano entrou? Abre a tua porta não tenhas medo, tens o mundo inteiro à espera pra entrar"

Enquanto esperar que os outros abram a porta por mim, estou ainda presa à imaturidade.

"Estende a tua mão a quem vier por bem"

Rita

Cinco Cêntimos num tó(carro)

Há uns meses entrei num autocarro. Mal me sentei num dos bancos vi uma moeda caida no chão, naquela zona onde as pessoas normalmente vão em pé. Era apenas uma moeda de cinco cêntimos, mas caramba, às vezes cinco cêntimos dão algum jeito! Com a vergonha de me levantar para apanhar cinco cêntimos (a juntar-se com o que seria o rídiculo da situação), deixei-me estar e pensei "Quando chegar a minha vez de sair apanho-a!". A viagem continuou, cada pessoa que passava e que não reparava, era para mim um alívio! Faltavam apenas duas paragens para a minha saida, quando entra uma senhora a falar muito alto com a filha (falavam alto por natureza, não lhe estava a ralhar nem nada), quando no seu tom alto exclama: OLHA UMA MOEDA MARIANA!; Pimba! E apanha a MINHA moeda! Senti o meu ego ir a baixo: "Que parva Rita! Olha o que a tua vergonha fez!" "Oh por amor de Deus, eram só CINCO cêntimos!" "Mesmo assim às vezes dão jeito, principalmente quando tens 75 cêntimos, e queres comer o palmier coberto da Vasco da Gama que são 80!!" Enfim...tudo isto em segundos. Lá me conformei com os factos...A senhora continuava a falar bastante alto, mas os meus pensamentos fizeram com que a voz dela se fosse apagando. Toda esta situação me fez pensar nas oportunidades que temos na nossa vida e que não sabemos aproveitar! Quantas vezes perdemos alguém, ou alguma coisa importante para nós com o medo de tentar, de arriscar, por pensar no que os outros possam dizer??? Quantas vezes, por vergonha deixamos de agarrar aquilo que realmente vale a pena??? Tudo bem, eram só cinco cêntimos, mas podia ser algo mais importante, e EU era a culpada por ter deixado que a vergonha me tomasse!
Cada um responsável pela sua própria felicidade! Ninguém pode ser feliz por TI! Ninguém pode viver por TI! Tu é que fazes as tuas escolhas!

Rita


Há finalmente um dia em que acordas e te fartas...
Fartas-te de tudo o que tens chorado,
Fartas-te de toda a frustração que tens sentido!
Fartas-te do teu coração cheio de paixão que outrora ardeu
E que agora murchou porque não há mais nada.
E choras choras, mas enquanto choras vais sentindo alivio
E vês que uma pessoa é uma pessoa e talvez seja só mais uma que já não conheces
E que o mundo é mais complicado do que era antes
Agora que cresceste e saiste da tua inocência tudo doi mais.
Bateste mesmo a serio no fundo
Mas hoje já vais tendo um sorriso aberto
É isto que se chama ultrapassar
Foste ao longo do tempo pisando toda a dor que sentias
E rasgaste todas as perguntas que não têm resposta
Ocupaste horas a pensar em coisas sem sentido
Agora está na hora de recontruir das cinzas
Está mais que na hora de apagar o que passou
E começar do zero e contigo mesma!
Por mais que custe
Por mais que doa
E então...quando finalmente conseguires erguer a cabeça por completo
Aí sim,
Podes voar...

Rita Duque

SP - Quarteira 2009



Bem, acabo de chegar de mais uma experiência marcante na minha vida.
Estive a semana passada em Quarteira com as irmãs doroteias a fazer uma evangelização descarada na rua! Digo descarada, porque a Igreja Católica não tem este tipo de iniciativas (o que sinto que temos que ajudar a mudar). Tinhamos duas tendas montadas à beira da praia onde as pessoas podiam rezar. O que nós (grupo de jovens) faziamos era dar a "mensagem do dia" às pessoas que passavam na rua. Todos os dias tinhamos mensagens diferentes em suportes diferentes (Houve um dia em que demos um mini chinelo, outro demos uma flor, um conchinha, tudo isto acompanhado pela mensagem desse dia).
A maior parte das pessoas mostrou-se receptiva. O primeiro dia é o que custa mais, mas depois as pessoas começam a habituar-se a nós e muitas já vêm com as mãos estendidas, outras dizem: "Tenho guardado a mensagem de todos os dias", outras felicitam-nos pelo nosso trabalho e apesar de ter havido coisas muito duras de ouvir, é isso que vale a pena! Vale a pena ouvir: era mesmo disto que estava a precisar!; ou: Não imaginam a falta que andava a sentir de algo assim!; Isso sim, é muito gratificante, é isto que nos faz acreditar de que Deus vale a pena! E que valeu a pena acordar todos os dias às 7,para estar na praia às 8.15h para a oração da manhã a tocar viola com montes de dores nos dedos por não ter parado de tocar na noite anterior!
Foi o viver a missão com a ajuda DELE que fez com que fosse tão especial!
"Coisas pequenas mas feitas com muito amor"

Rita

P.S. - Obrigada à Ruth, que no último dia de missão nos deu penas caídas do seu papagaio, como forma de nos lembrarmos da alegria dela ao receber as mensagens :), obrigada ao Tito que nos tanto rir fez, obrigada ao senhor aviador e à senhor velhinha da covilhã, e claro à dona Otília que tanto nos acarinhou! Trazemo-vos no coração :)