Reencontros


Há um enorme fosso quando quero, do fundo do coração, arranjar palavras para definir o que sinto nos reencontros.
Daqueles em que a mesa está posta à nossa espera. Em que o sorriso, a confusão e o barulho são casa.
Nos últimos anos, as oportunidades do simples estar com amigos têm sido raras. As desculpas são as que viraram habituais: tempo e desencontro; Faz-me tão bem estar em ambientes de partilha e de memórias.
Não nos encontramos só para recordar, mas também para construir futuro. Agora, com o tempo um bocadinho mais controlado, com mais preocupação, mais maturidade...
Eu gosto dos amigos que Deus me deu. Gosto muito. Grande parte das minhas grandes e verdadeiras amizades foram construidas em Deus (e só quem sabe, entende).

E assim, com o coração cheio de uma noite bonita, vou dormir.

Tempo




"Ainda não chegou o tempo de se realizar esta visão, mas não deixará de se cumprir.
Espera com confiança, mesmo que pareça demorar, pois chegará o seu momento próprio"
Hab 2, 3-4

Senhor, cuida do meu coração.
Ajuda-me a aceitar com paz a Tua escolha. A Tua espera.
Que eu saiba dançar no Teu compasso.

Grandes mudanças





Às vezes esqueço-me de que estamos sempre a mudar.

Não são mudanças repentinas...vão acontecendo. E, de repente, há um dia em que nos apercebemos de que estamos diferentes.
Talvez nos olhemos ao espelho e nos sintamos mais velhos.
Hoje estou com um ar cansado. Na verdade é um ar exausto. Um ar de quem guardou, quando talvez não devesse ter guardado. Um ar de quem espera o bem, mas não o vê.
As "grandes mudanças acontecem de dentro para fora" — então que seja para nos tornarmos uma linda borboleta que se metamorfoseou até ganhar asas.

As pessoas de Deus...


As "pessoas de Deus" é uma expressão que uso regularmente. Refiro-me a pessoas tão bonitas e cheias de luz por dentro, que transbordam amor. Mas estou errada. Somos todos pessoas de Deus.
Na verdade, o que eu queria dizer (e continuo a enganar-me) é "pessoas em Deus". Há muito poucas coisas como "conversas em Deus" — daquelas que nos esclarecem por dentro e nos abanam até encontrarmos de novo o caminho certo.
Há quem escolha estar por dentro, há quem goste de estar por fora e há ainda o meio termo.
Ando numa fase de introspecção. Em arrumações. Talvez esteja a crescer mais um bocadinho — e é muito bom sentir-me avançar.
É maravilhoso ter gente que puxe por mim com perguntas difíceis sobre tudo e sobre Deus.
Hoje relembrei que qualquer coisa que nos faça crescer tem um compromisso, caso contrário ficamos apenas à tona da água.
As tuas amizades têm compromisso. O teu namoro tem (e é) um compromisso. E a nossa relação com Deus também o é.
E é por esse compromisso que, mesmo no meio dos desertos da minha vida, continuo a buscar A fonte da Alegria.
É que ter Fé, não pode ser só quando dá jeito. Como é que amamos uma pessoa sem a conhecermos? Não se pode ter Fé se não a praticarmos, assumindo o compromisso de estar presentes na vida de Jesus, deixando também, que Ele esteja na nossa. Porque é que não buscar hoje, agora, ter Jesus dentro do peito, a fazer mais do que coisas por nós, mas coisas connosco?

Porque é que é tão difícil?

E depois torna-se tudo tão mais claro quando nos cruzamos com uma "pessoa em Deus"...