De repente, apercebo-me das mudanças.
Apercebo-me das ilusões e da dificuldade que existe em me deixar desiludir.
Tomamos as coisas como nossas. Gravamos na memória o que achamos que pode aquecer sempre o coração e nem reparamos que nada é eterno. O choque é maior.
As crianças crescem, o entusiasmo dá lugar a uma certa frieza que não sei gerir. Como se tivessemos que passar ser distantes quando crescemos.
É difícil explicar que não tem que ser assim. Dói o olhar dos outros, quando digo que não temos que deixar o entusiasmo para trás. Antes era bem mais fácil, bem mais nosso.
Talvez seja a rotina.
Talvez seja a falta de tempo ou paciência.
Talvez seja a falta de amor e a mudança.
Somos a nossa história, moldados pela vida. Mas podemos contrariar o que nos acorrenta e não nos torna livres.

Quatro dias chegaram para perceber tanta (in)diferença.
Os restantes, servirão para aceitar.

"Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo poderia ser meu para sempre"
No meio de tanta coisa, tem sido muito difícil parar.
O silêncio tem sido pouco e o tempo nenhum.
Mesmo assim, tenho conseguido sentir a alegria do Natal na forma como sou tocada pelos outros e acho isso uma dádiva.
Fico de coração cheio quando recebo um postal, um e-mail ou uma mensagem de alguém que está longe e me lembra do essencial.
Tenho pensado muito que, preciso pouco, para ser a pessoa feliz que sou. Descubro a cada passo que quando faço aqueles que gosto felizes, completo a minha felicidade. Devo isso a tudo o que ao longo do meu caminho me fez ser mais eu.
As pequenas coisas são as que nos completam mais.
Não importa passar de um ano para o outro, o que importa é passar pelos dias e não os sentir vazios.
É simplesmente isto que desejo...viver cada dia e fazer dele e nele, algo especial.

Descansar em Deus

Nada mais que isso...
Descansar em Deus neste tempo atribulado de mil afazeres.
Saber viver na Paz Dele, com Ele. Caminhar lado a lado e descobrir que os dias são nossos. Aprendermos a sair de nós e vermo-nos de fora.
Olhar para dentro e perceber que há muito para trabalhar.
Conseguir ser pacientes quando algo nos rebenta no peito.
Descansar em Deus é saber que por muito perdidos que estejamos, haverá um olhar que nos conduz até casa, uma força que cola o que está partido, um beijo que nos mata a carência que temos.
O ser mais Dele é ser mais livre, mais aberto, mais encaixado. É sabermos o nosso lugar.
Daqui a pouco Ele irá nascer.
A Verdade renovar-se-à por mais um ano...um ano bonito em que como sempre, a Primavera dará lugar ao Verão, que por sua vez dará lugar ao Outono e por fim o Inverno.
Tudo em perfeita harmonia, como quando paramos no cimo de uma montanha, com o mundo aos pés e sentimos que tudo gira à nossa volta, para nós.
Porquê não acreditar?
Tenho aprendido que para fazer as coisas bem, é preciso primeiro, fazê-las mal. Não em tudo, mas em algumas situações. É aqui que entra o erro. O caminho é quase sempre o mesmo: tentar acertar, falhar, aceitar que se errou, aprender com isso.
Saber esperar, aprender a arte da paciência faz parte de um processo evolutivo que só desenvolvemos quando envolvermos a nossa história.

Outono.


Hoje permiti-me à simplicidade de trazer estas cores para casa. Nem é preciso dizer nada...basta olhar e re-parar na perfeição e em cada pormenor. Enfim...são as "pequenas coisas"
Tenho pensado em como os "nãos" são difíceis.
Quase sempre são uma expectativa não correspondida e fruto do pesar das coisas.
Mas quando nos pomos em primeiro, pela nossa saúde mental, precisamos de os saber dizer. Por muito que custe.
Têm sido dias de contrastes.
Sair da confusão, entrar na calma, manter o ritmo mas com outro estado de espírito.
O sonhar de coisas novas...

Desculpem, mas de facto...não me apetece escrever!
Até já.