Somos mesmo aquilo que comemos! Isto num sentido figurativo, claro! O que quero dizer é que somos o espelho da educação que nos dão, das nossas experiências, das conversas, dos momentos. Então talvez devesse dizer que somos o que nos é dado a comer.
Estamos em época dos Santos populares, e tenho andado a correr vários arraiais por aí, e tenho-me divertido bastante.
Hoje fui a um arraial preparado pelos escuteiros e aconteceu uma coisa que me deixou mesmo a pensar. Costumam andar dois meninos (um deve ter 14 e o outro uns 10) a pedir dinheiro por ali, a tentar vender pensos, a questão é que eles são extremamente mal-criados, mentirosos e indiscretos. Ninguém gosta deles, o melhor que fazem é dirigir-lhes a palavra para se irem embora. - Ponto de vista número um.
Hoje fui a um arraial preparado pelos escuteiros e aconteceu uma coisa que me deixou mesmo a pensar. Costumam andar dois meninos (um deve ter 14 e o outro uns 10) a pedir dinheiro por ali, a tentar vender pensos, a questão é que eles são extremamente mal-criados, mentirosos e indiscretos. Ninguém gosta deles, o melhor que fazem é dirigir-lhes a palavra para se irem embora. - Ponto de vista número um.
Hoje fui a um arraial preparado pelos escuteiros e aconteceu uma coisa que me deixou mesmo a pensar. Costumam andar dois meninos (um deve ter 14 e o outro uns 10) a pedir dinheiro por ali a tentar vender pensos, a questão é que eles são extremamente mal-criados, mentirosos e indiscretos. Ninguém pensa porque é que eles são assim... Estes meninos não têm uma familia como a que eu tenho, que me educou, me deu rampas de lançamento para o futuro, que me fez perceber o certo e o errado, o bom e o mau, o que posso fazer o que devo fazer e o que não posso nem devo. A família destes meninos deve dizer-lhes que se ao fim do dia não trouxerem dinheiro para casa as coisas ficam mal paradas para o lado deles. Quiçá se não lhes dão de comida, quiçá lhes batem! Ou não...pode não ser nada disto...Quiçá a família deles também já foi "educada" desta forma, e tudo o que tem para transmitir é isto. Tudo vem daquilo que nos ensinam a ser. Eles no fundo dão a cara que tanto irrita as pessoas, mas quem os faz agir assim é o passado que eles têm, que não é (digo eu pelo que vejo) um passado carinhoso. - Ponto de vista número dois.
Hoje assisti a uma cena triste, que foi expulsarem o menino mais velho de ao pé da barraquinha dos crepes, ele não estava a fazer nada só a olhar, mas as pessoas têm o pré-conceito que ele vem por mal. Ameaçaram-no e fizeram com que ele saísse: HEY! Que estás aqui a fazer!!?? Sai!;
Eu sei que não é fácil lidar com eles (é mesmo uma prova de fogo) mas deu-me imensa vontade de pegar nos dois, educá-los, mas acima de tudo dar-lhes a conhecer o que é o carinho, o amor, a amizade e o respeito.
No fundo eles não têm amor, têm a rua e os olhares de lado das pessoas, o "chô" e tantas outras coisas... Antes disto estava eu a tirar esta fotografia e o mais velho abeirou-se de mim e disse: que linda fotografia!;
O que é que eu fiz? Ignorei-o! E agora sinto-me tão mal por isso, porque agi como todos os outros...mas no fundo, eu e o que os outros temos é medo...sim, temos medo deles, porque são tão inesperados que nunca sabemos a próxima reacção...
Só espero que um dia esta criança e adolescente, encontrem um rumo para a vida longe deste mundo que eles vivem e que vai ser muito dificil sair.
"Somos o que nos é dado a comer" - defenitivamente
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