Até sempre, tio

Ontem o tio Carlos partiu. Não eramos muito chegados ( ou quase nada), mas custa sempre ver a mãe triste.
Sendo assim, hoje comecei o meu dia com um funeral. Enquanto olhava para o tio ali no caixão fui imaginando no seu lugar pessoas das quais gosto muito, e que me dariam um aperto enorme (e certamente darão) se partirem primeiro.
Muita gente a chorar (eu que me emociono facilmente não chorei), mas quando finalmente o padre disse: "Vamos então despedir-nos pela ultima vez do Carlos", a dona Sofia (a senhora com quem ele namorava e vivia há 17 anos) colou a testa na dele e chorou a olhá-lo, isso sim emocionou-me.
Claro que estas coisas nos fazem pensar no sentido de tudo... e a vida não é mais do que (des)colar. Ora nos colamos aos nossos amigos da escola, mas a universidade descola-nos deles, ora nos colamos aos amigos da faculdade ora temos que descolar para o primeiro emprego. Ora nos colamos aos filhos ora nos descolamos quando eles tiverem que voar...Ora nos colamos ao nosso marido, ora nos descolamos porque ele morre... isto faz-me pensar que realmente nada é nosso! Nem a vida, porque a vida a qualquer momento acaba e nós não podemos controlar o seu fim.
Só sei...que deve doer muito.

1 comentário:

Sara disse...

Sim, realmente por mais que queiramos, não temos mão em nada! É triste pensarmos nas coisas desta maneira, mas é a mais pura das verdades!

Mais uma vez, conseguiste fazer-me deitar uma lágrima! =')