Quarta-Feira

Gostava de me sentar com Jesus numa mesa de uma esplanada qualquer e perguntar-lhe porque é que certas coisas nos acontecem. Certamente Ele iria responder-me daquela Sua forma tão característica, como respondia a todos os que com Ele tiveram o privilégio de falar.
Tudo o que me fez sofrer, até agora, teve um objectivo e noto que esse objectivo era mudar a minha vida para melhor. Claro que não notamos logo, mas passado um tempo, quando a poeira assenta as coisas estão mais fáceis. Só que..há outras coisas que não entendo ainda em que tornaram a minha vida, quanto mais em que é que a tornaram melhor...acho que ainda não chegou o tempo de as entender, nós é que somos pessoas sem paciência para esperar. Há que dar tempo ao tempo para ele nos mostrar que realmente nos ajuda a aceitar certas coisas que acontecem na nossa vida.
Chegou finalmente o meu bocadinho fora do mundo, desta semana. Cheguei bastante cedo, com medo de chegar atrasada, por isso vim aqui para a varanda do Justiça e Paz. Paz é mesmo o que sinto nesta varanda que olha sobre Coimbra. A seguir então vou para a missa do CUMN, de certeza que vou gostar (como sempre). Tem-me ajudado tanto a pensar na minha vida...fico longe do mundo, tal como eu Taizé (um dia falo-vos sobre Taizé). Fico longe do ruído que existe aqui na esplanada e longe do ruído do meu coração.
A vida está a passar muito depressa, sinto que não a estou a aproveitar em plenitude, por tantos ruídos que existem em mim.

Amanhã a Catarina faz exame de condução! Vou rezar para que ela passe!
Ando tão cansada e amanhã já sai outro trabalho de programação, espero conseguir fazê-lo!
Bahhh
Preciso de Férias!!!!

Rita

Tempos de mudança

Tudo muda, tudo parte! Mas nem tudo o que parte se volta a colar.

É verdade! Há desilusões enormes na nossa vida, coisas que nunca esperavamos que nos acontecessem.
Estou desiludida com pessoas que me foram muito. Estou mesmo! E estou triste com a partida de pessoas... Tenho pena de muita gente não se esforçar por mim como me esforço por elas, mas as relações são assim mesmo, há sempre um a dar mais. Mas chegamos a um ponto em que ficamos exaustos. Aprendi uma coisa, não vale a pena lutar por algo que não tem pernas para andar. Custa muito sim! Muito muito...O medo é tão forte às vezes. Eu tenho muito medo! Ás vezes eram precisos grandes sopros de mudança, visões de outros ângulos, opiniões de outras pessoas. Muitas vezes temos que pensar bem no que estamos a perder, e se não queremos perder para sempre temos que agir rápido!

Hoje tive muitas saudades do meu secundário...da minha Tânia, da minha Catarina, do meu Rui Agnelo...tenho saudades deles, da cumplicidade que construimos e dos tempos que vivemos. Tenho saudades das minhas aulas de desenho à Quarta de manhã, em que cantavamos com o Miguel e aprendiamos a desenhar a sério com o professor Valdemar!
Parece que foi à tanto tempo...

As coisas boas que tenho agora são outras, e são completamente diferentes das do inicio do ano...O CUMN tem-me ajudado a sentir-me em casa, e só Deus me tem preenchido nas piores horas. Os avós são Deus disfarçado, de certeza!

O mano faz hoje anos! Está tão crescido...



Rita

Tira a mão do queixo

"Tira a mão do queixo, não penses mais nisso, o que lá vai já deu o que tinha a dar, quem ganhou ganhou usou-se disso, quem perdeu há-de ter mais cartas pra dar...enquanto houver estrada pra andar a gente vai continuar, enquanto houver estrada pra andar"

Gosto muito desta música do Jorge Palma, faz-me lembrar certas coisas da minha vida. Faz-me lembrar a Magda! Tantas vezes que temos a mão no queixo enquanto a outra remexe com a colher os restos de café na chávena, e aí pensamos na vida...e lamentamo-nos de tanta coisa. Ás vezes são tantas as coisas das quais nos lamentamos que nem pensamos nas boas que temos. Há promessas que não se fazem nunca! Porque simplesmente não podem ser prometidas, "a dependência é uma besta dá cabo do desejo e a liberdade é uma maluca que sabe quanto vale um beijo"...ai a liberdade. Tenho saudades da liberdade, "Quantas vezes vais olhar pra tras, estás preso a um passado que pesou?", sim, há passados que pesam de tão ricos em coisas más que foram, outros que pesam porque foram ricos de coisas boas. O meu tem as duas, como os de toda a gente. São raras as coisas fáceis e muitas as dificeis. Mas conseguimos superar as más! Por isso o caminho é em frente!

"Tira a mão do queixo, não penses mais nisso..."

Rita

Gente perdida

Eu fui entrando pouco a pouco
Abri a porta e vi
que havia lume aceso e um lugar pra mim
Quase me assuta descobrir que foi este sabor
Que a vida inteira procurei
Entre a paixão e a dor

Lá fora o vento
Nem sempre sabe a liberdade
Gente perdida balança entre o sonho e a verdade
Foge ao vazio,
Enquanto brinda dança e ri
Eu trago-te comigo, e guardo este abraço só para ti!!!

Mafalda Veiga

Crescer


Hoje disse para o meu André:
- A prima está tão velha, qualquer dia já pode trabalhar! :/ Se calhar tu já querias ser grande, eu queria ser pequena!;
E ele do alto dos seus 8 anitos disse:
-Iiih! Estás mesmo! Eu não! Eu queria ser mais pequeno!
Achei tão engraçado, como é que uma criança de oito anos já tem saudades de ser mais nova ainda!
Muitas vezes dou por mim a desejar chegar ao meu quarto e ter a cara mais próxima do interrupetor, hoje em dia tenho mais as ancas do que a cara! Tenho saudades de entrar no meu quarto e ver a minha antiga cama do lado esquerdo com a colcha cor-de-rosa e amarela dos hipópotamos. O meu mano tinha uma igual em azul, eram tão giras! Agora estão na Tocha. Quando esta colcha era usada ainda existia uma mesinha de cabeceira cheia de bonequinhos de barro, e claro! O anjinho que os avós me deram (esse sempre fez e fará parte da decoração!). Do lado direito havia aquela secretária improvisada, cheia de tralha (tanto da escola como não) que estava sempre suja com aparas verdes de borracha (sinal que estudava ali! Ou não...desenhava ali!). Haviam os enumeros espanta-espíritos (que ainda hoje existem), e a comóda das gavetas que abriam mal (hoje é o mano que a tem ehehe).
Houve um dia em que chegou a minha casa um estúdio, desenhado pelo meu pai. As gavetas eram (e são!) azuis. Fiquei radiante! Um quarto novo! E para tudo ficar mais bonito mandei vir uma colcha com golfinhos (Adeus hipopotamos, agora sou grande, nada de colchas cor-de-rosa!). A partir daí o meu quarto virou o Oceanário. Era só coisas de golfinhos! Até um poster de golfinhos eu tinha na parede!
Então como tinha o estúdio, deixei de ter mesinha de cabeceira! Há uns tempos, fartei-me dos golfinhos (estiveram cá a minha adolescencia toda!) e resolvi mudar para uma colcha branca lisa. Também mudei as cortinas, o tapete, já não há poster, nem candeeiros em forma de barco!
O poster deu lugar e milhentas fotografias de pessoas importantes. As paredes estão revestidas com desenhos, folhas com frases parvas, recordações...

Tudo isto para dizer...todas as épocas que vivemos são importantes! E influenciamo-las consoante o nosso mundo! Dá saudade deixar de ser criança, (e recentemente) deixar de ser adolescente. Provavelmente a proxima vez que mudar o meu quarto, vai ser quando sair de casa. É assustador pensar que em poucos anos vou ter a minha própria casa, o meu trabalho, as minhas contas...e que vou "deixar" a minha familia, e este quarto que é um espaço tão meu!

Crescer custa! Crescer custa muito!

Rita

Vai onde te leva o coração!




"Sabes qual é o erro que cometemos sempre? Acreditar que a vida é imutável, que, mal escolhemos um carril, temos de o seguir até ao fim. Tem cuidado contigo. Sempre que à medida que fores crescendo, tiveres vontade de converter as coisas erradas em certas, lembra-te que a primeira revolução a fazer é dentro de nós próprios, a primeira e a mais importante. E quando à tua frente se abrirem muitas estradas e não souberes a que hás-de escolher, não te metas por uma ao acaso, senta-te e espera. Respira com a mesma profundidade confiante com que respiraste no dia em que vieste ao mundo, e sem deixares que nada te distraía, espera e volta a esperar.
Fica quieta, em silêncio, e ouve o teu coração. Quando ele te falar, levanta-te, e vai onde ele te levar..."


Susanna Tamaro

No meu coração . Rosa de Saron

"Que amar é se dar pelo outroUm sentimento ágape envolto"

Regras da sensatez . Rui Veloso

Nunca voltes ao lugar~
Onde já foste feliz
Por muito que o coração diga
Não faças o que ele diz
Nunca mais voltes à casa
Onde ardeste de paixão
Só encontrarás erva rasa
Por entre as lajes do chão
Nada do que por lá vires
Será como no passado
Não queiras reacender
Um lume já apagado
São as regras da sensatez
Vais sair a dizer que desta é de vez
Por grande a tentação
Que te crie a saudade
Não mates a recordação
Que lembra a felicidade
Nunca voltes ao lugar
Onde o arco-íris se pôs
Só encontrarás a cinza
Que dá na garganta nós
São as regras da sensatez
Vais sair a dizer que desta é de vez

Amor

Só queria escrever um poema bonito sobre o Amor...
Mas há tantos tipos de amor...
Será que já os senti a todos?
Não precisava de ser um poema a rimar, com grandes palavras
O amor não é feito de grandes palavras
Aliás, até é feito de palavras bem simples
Completas, pequenas, e cheias de significado!
Para escrevermos sobre alguma coisa é preciso saber dela, não é?
Bem...eu acho que sei mais ou menos o que é o Amor
Ou por outra,
Sei o que são os Amor!
Sim, os Amor...
Porque há muitos tipos de amor, e se dissesse que conhecia vários amores dava a entender que conhecia várias paixões, e sim, tenho as minhas paixões...
Mas, paixões não são sinónimas de amor!
Paixão é muito "quente", "agarrada"
O amor é liberdade, dedicação, respeito, confiança, entrega e desilusão também...
Acredito em Paixão à primeira vista, aquelas "borboletinhas" no estômago.
Amor não há à primeira vista, o Amor constrói-se, devagarinho, e tem que ser vivido a dois, cada um tem que aos poucos ir destruindo as suas barreiras, os seus vicios. Tem que dar de si mesmo para enriquecer o outro.
Acho então que posso falar sobre o Amor...
O Amor preenche-nos de tal forma que nos envolve num misto de sensações,
O Amor abraça-nos bem, de tal forma que quando nos abraça não nos larga facilmente (às vezes não nos larga nunca)...
Eu tenho muitos Amor, muita gente me deu amor ao longo da minha vida, e é engraçado, porque são todos Amor, de formas diferentes.
Uns tiveram muita facilidade em dizer: Eu amo-te!
Outros preferiram discutir, estando por trás o enorme amor que têm por mim, talvez porque não o saibam demonstrar de outra forma.
Depois há Aquele que já me amava mesmo antes de eu existir, e continua a amar por muito que eu erre!
Encontrei uma pessoa que me amou e me preencheu muito muito muito, e é duro estar longe dela.
Desde sempre um dos meus maiores Amor foi o de duas pessoas incondicionais na minha vida, sem os quais não vivo: Os meus queridos avós, sou muito do que sou pelo amor que me tiveram desde sempre, desde o inicio! Também os amo muito muito!

Só quem já sentiu o que é ser amado pode falar de Amor!
E tu? Achas que podes?


Rita

CUMN

Nesta Quarta-Feira fui à missa do CUMN, foi uma missa campal. No meio de tanta confusão que esta semana arrasta (a semana da Queima das Fitas) consegui sentir Deus (já nao O sentia há algum tempo), então foi bastante enriquecedora.
Falámos sobre a morte, aquela coisa que nos assusta tanto!!! Aqui na Terra já estamos a morrer, que todos os dias vamos morrendo. O Inferno existe, mas não é Deus que nos manda para lá, como Deus de Amor que é, dá-nos a possibilidade de escolher ou o Céu o Inferno. O padre Miguel acha que o Inferno não é aquela imagem cheia de fogo a que estamos habituados a fazer, mas sim um lugar de profunda solidão. Realmente somos feitos de sentimentos, somos feitos de necessidades, e como seres que necessitam de companhia, de apoio e sobretudo de presença, das coisas mais duras que há é o estarmos sozinhos! A solidão é um grande problema já aqui na Terra...
No CUMN sinto-me em casa. Sinto-me lá tão bem, como se conhecesse toda a gente. Há laços mais fortes que nos unem, realmente. É bom sentirmo-nos acolhidos num sitio que de tanto não ser nosso, passa a ser.
Obrigada aos três (Padres: Miguel, Filipe e Carlos Carneiro), vocês são espectaculares! Obrigada por nos fazerem sentir tão na Terra e ao mesmo tempo tão no Céu!

Rita
Estamos a acabar a grande semana da queima das fitas de Coimbra. É a maior queima do país, conta com muita gente de fora, vários estudantes de outras cidades preferem passar aqui a Queima, porque sim, aqui é que há a grande festa, a grande tradição.
Tenho muito orgulho na minha cidade, tenho orgulho em saber direitinho o código de praxe e saber trajar. Respeito a minha capa por toda a tradição que ela tem e por toda a história que ela sustenta, mas, infelizmente, nem sempre é esta a mensagem que os estudantes passam às pessoas que vêm de fora para ver estas festas. Há muita gente que não devia usar capa e batina! Porque simplesmente não sabem usar. A imagem que passa lá para fora é que esta festa só é grande por causa do alcóol, e só assim é que as pessoas se divertem! Digo-vos, não é isto a Queima das Fitas de Coimbra, a Queima é muito mais do que o alcóol e pessoas bebedas, é um conjunto de tradições, é amor à capa e batina, é o queimar o grelo, o desfile dos carros, os (bons) concertos, o chá dançante, o baile de gala, as bengaladas, as cartoladas, o Mondego (o nosso lindo Mondego), e sobre tudo: a bela da Serenata Monumental; que é de arrepiar qualquer um. Não há nada como as tunas, como a estudantina de Coimbra, simplesmente não há.
Coimbra é isto! Não é as bebedeiras, nem as ruas vomitadas de excessos despropositados.
E diz o fado "Coimbra tem mais encanto na hora da despedida", mas eu discordo "Coimbra tem mais encanto quando se chega e se olha sobre o Mondego, e sobre a Cabra, e quando olhamos nos sentimos realmente em casa"...

Quem passa por Coimbra não esquece!

Rita