Senta-te aí


Para ser sincera não me lembro da existência dos Rio Grande, apenas conheço as músicas. Lembro-me perfeitamente de estar na aula de Língua Portuguesa no meu 7º ano, e a professora Ana pôr a tocar a "Postal dos Correios", e eu que já a conhecia da rádio pensei: Esta música é mesmo gira! Ainda bem que já sei o nome!;
O facto é que à medida que fui crescendo, fui conhecendo as músicas dos Rio Grande, e de cada um dos elementos independentes. E à medida que fui formando opinião, cada vez se me torna mais estranho como é que é possível não se gostar de música portuguesa? São cinco músicos excelentes, que provavelmente os miúdos de hoje em dia nem conhecem, porque o que está a dar é a Anna Montana, os D'zrt, os Tokio Hotel.
Acho que há espaço para todos, e gostos não se discutem...mas eu quando oiço estas músicas tão tradicionais tenho muito orgulho em poder conhecê-las, e saber que se fazem coisas tão boas em Portugal. Não são músicas que é só: Oh baby preciso de ti, não vivo sem ti, ai querido és tão lindo...são músicas que são capazes de passar alguma coisa, que nos fazem pensar. Não são artistas que precisam de se exibir ao lado de mulheres bonitas para passar uma mensagem.
A "Senta-te aí" é a minha música preferida dos Rio Grande (tirando o pormenor que é cantada pelo Jorge Palma, o que a torna ainda melhor) e interpela-me precisamente no ponto da família, e da união, do que se deixa, da sabedoria dos mais velhos, da tristeza que é deixar/ver alguém partir, do saber deixar partir, do respeito, do conselho. Não consigo tirar da cabeça a imagem de um pai deitado na cama quase a partir a falar com o seu filho que olha para o chão com as lágrimas a dançar nos olhos.
Coisas que dizem algo, que são fantásticas, que valem a pena ouvir e perceber.
No fundo é mais uma música que aconchega o coração...

Sem comentários: