Pai...

...não tenho as palavras certas para Te dizer no silêncio deste encontro. Sinto-me cheio de coisas a mais dentro de mim que me impedem de Te ver tal como és.
Sei que o amor é comunicação, é estar comunicável muito para além do telemóvel ou do e-mail. É comunicável a partir do coração. Nem sempre soube que comunicar implica que eu também me parta, me desfaça e sirva o bem maior da humanidade sem queixumes mas com alegria interior.
Só este Amor é digno de Fé, foi também isso que os Apóstolos nos transmitiram por milhares de anos até hoje, tantas vezes com o próprio sangue. Também eu quero entregar-me assim, com esta convicção! Modela e remodela nas tuas mãos o barro que sou. Dá-lhe uma forma e, depois, se assim quiseres, desfá-la. Dá-me o Amor por excelência, o Amor da cruz. Não das cruzes heróicas, que poderiam aumentar a minha vaidade, mas cruzes vulgares que, no entanto, suporto com repugnância: aquelas que se encontram todos os dias: na contradição, no esquecimento, no fracasso, na obscuridade da morte ou no silêncio de um coração que bate.
Que eu possa ser o Amor, esse que nunca morre, que Te leve por dentro aos que mais sofrem, aos que pedem silenciosamente uma mão ou um abraço amigo, aos que completam no seu corpo o que faltava à tua paixão.
Senhor...que a esperança e a alegria continuem a habitar em nós como se fossem Estrelas.

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