Saudades e confusões

Como é que sentimos? Afinal onde se guarda o que sentimos?
Andamos sempre numa roda viva, cheios de trabalhos, cheios de apelos, cheios de dias...
Já não temos tempo para uma cafézada com conversas daquelas que guardamos num dos brilhos do olhar.
Começamos o dia a correr, adormecemos a correr para acordarmos a correr...Ficamos sem paciência, falamos torto para as pessoas que mais gostamos...pedimos desculpa, e passa.
Casa...quase nem a vejo...tenho saudades de casa. Tenho saudades da manta nas pernas e das vezes em que ponho os pés por baixo das pernas do mano para os aquecer, enquanto vemos um filme qualquer.
É dificil viver...viver para mim. Sim, mais de metade das coisas que faço nos meus dias são para mim directa ou indirectamente, mas não soam a coisas que me fazem crescer, soam a algo mecânico, soam a rotina. Sinto falta de um espaço para parar, sinto falta de partilhar, de dar o que sou. Só dando o que somos podemos receber o que os outros são.
Sinto falta de poder partir, e realizar.
Sinto falta de voar...de me fazer à estrada...

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