Ontem, estive no CUPAV (Centro Universitário Padre António Vieira). É o centro dos Jesuítas em Lisboa. Tenho a sorte de poder ouvir muitas vezes, uma das pessoas que mais sentido faz para mim - o Padre Nuno Tovar de Lemos - que escreveu um dos meus livros preferidos O Príncipe e a Lavadeira;
Fui ao Encontro Mensal, cujo o tema era "Amizade/Amor".
Como é de esperar, falámos de ligações/afectividade - "Como é que Deus permite que o nosso coração não seja correspondido, quando gostamos de alguém?"; Falámos também, das três forças essenciais que nos aproximam uns dos outros: 1. Eros (o impulso, a atracção), 2. Filia (a amizade, a sintonia) e 3. Agapé (o amor gratuito).
Tocámos também nas dimensões do Amor, da Paixão e da Dependência afectiva e de como são (e devem) ser diferentes umas das outras. De como a Paixão passa e o Amor (se bem construído) pode durar uma vida. Fiquei a perceber porque é a Verdade não está nos sentimentos. Precisamos de algo racional que em momentos de deserto, nos faça acreditar que aquilo de que estamos a duvidar numa determinada altura, é de facto real. Por exemplo...nem sempre sentimos Deus. Se nos baseássemos só naquilo que somos capazes de sentir, haveria alturas em que Deus, para nós, não existia, porque nem sempre O vemos. A Verdade tem que ir além das emoções. Assim como a Fé é uma decisão, no sentido em que eu decido pautar a minha vida pelos seus valores, assim é o Amor - uma decisão; Depois da Paixão o que resta é escolher desenhar o nosso futuro com os valores que fomos construindo ao lado da outra pessoa.
Há pessoas certas? "A pessoa certa é aquela em que tu decidires acertar". Mas como é que sabemos? Primeiro, acho, tem que haver admiração e segundo (não menos importante) deve existir um projecto de vida em comum. A nossa liberdade foi feita para nos comprometermos. Qual o sentido da nossa vida sem o compromisso?
Deixo por fim, cinco dicas para crescer afectivamente (e será certamente isto que um dia ensinarei aos meus filhos):
- espaço para relações diferentes (relações de amizade, haver espaço para a família);
- saber estar sozinho (quando não sabemos estar sozinhos, corremos o risco de cair na dependência afectiva);
- ser eu mesmo em todas as relações (eu, na minha verdade);
- aprender a ser senhor de mim mesmo (vou por onde decido, tendo em conta a opinião do outro, mas não fazendo só dele o meu caminho);
- capacidade de compromisso;
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