Lisboa, és só tu e eu

Até quando é que os lugares são nossos?
O que faz de um sítio 'o nosso lugar'?
O meu quarto está despido.
Os caixotes, empilhados, estão a abarrotar de memórias e de coisas mais ou menos importantes. Os maiores tesouros têm agarrada a palavra 'frágil'. As paredes, outrora cheias de vida, são agora de um branco nu e cru que também me empurra para outra morada.
O 'meu' quarto está...vazio.
E eu?
Eu vou tão cheia...tão cheia da minha metade aqui encontrada, tão cheia de outros horizontes, tão cheia de outros olhares. Sobretudo tão cheia de esperança na oportunidade de voltar em breve.
É que este sítio que, apesar de vazio, já é tão meu. Já é tão 'eu'.
Passou tão rápido.
Por cima da minha cama (será que é minha, ainda?) pode ler-se: a Rita dorme aqui; E amanhã, depois de arrancar estas letras, estará para sempre escrito nestas paredes 'a Rita teve uma história aqui' — com tudo de bom e mau que uma história traz. Mas uma história que tem um sabor a vida e a fases.


"E passo por ti
Condenado a sentir um vazio
Na hora de te abandonar
A lembrança de quem quer ficar
A cidade por descobrir
Um adeus, vou partir
(...)
Agarro-me a ti
Confrontado a saudade que sinto
A hora está-se a aproximar
As memórias de quem quer voltar
Um segredo que vou descobrir
O adeus, vou partir
Lisboa, és só tu e eu
Lisboa, és só tu e eu
E passo por ti
Condenado ao vazio
A ansia de querer voltar
O adeus que não te vou dizer
Espero aqui
Com o mar controlado
A história de ter um passado
A idade de te conhecer
A cidade por descobrir
O adeus, vou partir
Lisboa, és só tu e eu
Lisboa, és só tu e eu"


Até já,
da Rita que já se apaixonou por ti!

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