Morre lentamente

Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os “is” em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.Morre lentamente, quem abandona um projecto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples facto de respirar. Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio esplêndido de felicidade.

Pablo Neruda

Iniciativa

Se há coisa que me deixa muito mas muito revoltada são as injustiças!
Muitas vezes não as vemos, outras não queremos ver! É díficil darmo-nos ao trabalho, custa abandonar o nosso posto de preguicite aguda para dar lugar ao que realmente está correcto!
Como é que num país como o nosso ainda existem situações de pessoas a passar fome? A sofrerem de exclusão social? (tanto racismo como xenofobia) Um país que quer aumentar os anos de descontos para a segurança social, mas que não oferece emprego a pessoas que realmente precisam? É triste...que será de nós que nos estamos a licenciar?

Malta! Acordem! Estamos no século XXI, não está mais na "moda" descriminar pessoas pela sua cor de pele ou país de origem, e na moda não esteve nunca concerteza, pessoas não terem o Pão-nosso-de-cada-dia!

Bora fazer alguma coisa para mudar?

Correr o risco

"Rir é arriscar-se a parecer louco.
Chorar é arriscar-se a parecer sentimental.
Estender a mão é arriscar-se a se envolver.
Expor seus sentimentos é arriscar-se a exporo seu eu verdadeiro.
Expor suas idéias e sonhos em públicoé arriscar-se a perder.
Viver é arriscar-se a morrer.
Ter esperança é arriscar-se a sofrer decepção.
Tentar é arriscar-se a falhar.
Mas... é preciso correr riscos.
Porque o maior azar da vida é não arriscar nada...
Pessoas que não arriscam, que nada fazem, nada são.
Podem estar evitando o sofrimento e a tristeza.
Mas assim não podem aprender, sentir,crescer, mudar, amar, viver...
Acorrentadas às suas atitudes, são escravas,abrem mão da sua liberdade.
Só a pessoa que arrisca é livre...
Arriscar-se é perder o pé por algum tempo.Não se arriscar é perder a vida..."

Soren Kiekegaard

Eternamente

E escrevi o teu nome e o teu número de telefone numa página do mês de Fevereiro. E, ao escrevê-lo, sabia que era uma despedida, mas todo o mês de Março nos arrastámos na despedida, como caranguejos na maré vazia. Sem ti, lancei outras raízes, construí pátios e terraços, fontes cujo som deveria apagar todos os silêncios, plantei um pomar com cheiro a damasco, mandei fazer um banco de cal à roda de uma árvore para olhar as estrelas no céu, um caminho no meio do olival por onde o luar pousaria à noite, abóbadas de tijolo imaginadas pelo mais sábio dos arquitectos e até teias de aranhasuspensas do tecto, como se vigiassem a passagem do tempo. Nada disso tu viste, nada te contei, nada é teu. Sozinhos, eu e a aranha pendurada na sua teia, contemplamo-nos longamente, como quem se descobre, como quem se recolhe, como quem se esconde. Foi assim que vi o desfilar dos anos, as paredes escurecendo, um pó de tijolo pousando entre as páginas dos mesmos livros que fui lendo, repetidamente. Heathcliff e Catarina Linton destroçados outra vez pela minúcia do tempo. Como explicar-te como tudo isto se te tornou alheio, comotudo te parecia agora estranho, como nada do que foi teu vigia o teu hipotético regresso? Ulisses não voltará a Ítaca e Penélope alguma desfará de noite a teia que teces-te. E arranquei a página da agenda com o teu nome e o teu número de telefone. Veio a seguir Abril e depois o Verão. Vi nascer a flor da tremocilha e a das buganvílias adormecidas, vi rebentar o azul dos jacarandás em Junho, vi as noites de lua cheia e que todos os animais nocturnos se chamavam rãs, corujas, grilos, e um espesso calor sobre a devassidão da cidade. E já nada disto, juro, era teu. E foi assim que descobri que todas as coisas continuam para sempre, como um rio que corre ininterruptamente para o mar, por mais que façam para o deter. Sabes, quem não acredita em Deus, acredita nestas coisas que tem como evidentes. Acredita na eternidade das pedras e não na dos sentimentos; acredita na integridade da água, do vento, das estrelas. Eu acredito na continuidade das coisas que amamos, acredito que para sempre ouviremos o som da água no rio onde tantas vezes mergulhamos a cara, para sempre passaremos pela sombra da árvore onde tantas vezes parámos, para sempre seremos a brisa que entra e passeia pela casa, para sempre deslizaremos através do silêncio das noites quietas em que tantas vezes olhamos o céu e interrogámos o seu sentido. Nisto eu acredito: na veemência destas coisas sem principio nem fim, na verdade dos sentimentos nunca traídos. E a tua voz ouço-a agora, vinda de longe, como o som do mar imaginado dentro de um búzio. Vejo-te através da espuma quebrada na areia das praias, num mar de Setembro. com cheiro a algas e a iodo. E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser dnos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre....


Miguel Sousa Tavares

The bucket list

Olá a todos!
Não sei se já todos tiveram a opotunidade de ver o filme "The bucket list" com o meu querido Morgan Freeman...básicamente trata de dois homens já no fim da vida que se conhecem num hospital e ficam amigos. Quando recordam tudo o que já viveram, reparam que há coisas que ainda não experienciaram e que não gostavam de morrer sem as ter vivido, então fazem uma lista de coisas que ambos gostariam de fazer! Este filme inspira todos o que o vêm a fazer algo semelhante, e hoje aqui vai a minha lista:

- missão em África;
- ir por este Portugal fora só com as melhores amigas de sempre sem destino;
- tocar viola à volta de uma fogueira numa noite de Verão :)
- viver sempre de consciência tranquila;
- compôr uma música que toque alguém pela sua letra;
- rir durante horas;
- ser mãe;
- ver um concerto da Mafalda Veiga;
- ver um concerto do Bryan Adams;
- dançar durante muitos anos;
- escrever pelo menos uma carta a todas as pessoas que me dizem muito;
- envelhecer e ver que fez sentido viver;
- fazer queda livre;
- converter pelo menos 5 pessoas;

Quando estiver à beirinha de morrer quero olhar para a minha vida e sentir que fui feliz, que não deixei alguém triste com atitudes minhas e sobretudo que consegui fazer alguém feliz só pelo simples facto de ter entrado na vida dessa pessoa, quero ser referência para alguém como uma pessoa que lutou e que alcançou! Parados não conseguimos nada!