Surpresas

Há dias, semanas, meses (não sei se me atrevo a dizer 'ano') que não escrevo nada. E nada, quer dizer mesmo isso...nem aqui, nem em lado nenhum.
Conto quatro rascunhos por publicar e, mesmo assim, não tenho a certeza de que verão a luz do dia.
Eu gosto desta falta de compromisso porque sei que este espaço é meu (e que tudo o resto exige que me comprometa). Mas eu nunca o quis como rotina, mas há sempre uma vozinha que me lembra que ele existe e que, talvez, fosse bom que o fizesse viver.
O meu quarto está virado do avesso com as remodelações, pinturas, etc e hoje descobri um caderno especial. Se não o abrisse, não me lembraria o que traz dentro. Mas abri e gostava de partilhar algumas palavras que encontrei.
Falam de uma amizade que nem sempre é fácil de manter, mas que está profundamente enraizada no que sou. No mais puro e fundo que sou.

Aqui, aprendi que tudo o que precisamos para ser felizes é de saber viver com o Essencial. Há uma simplicidade que fala mais alto que as saudades do conforto da nossa casa.
Este estranho desconforto é-me familiar e faz-me querer/pertencer aqui. É como se tivesse tocado um pouco de Céu e, ao voltar, nunca o tivesse largado.
Há, de facto, qualquer coisa de especial nesta ausência de conforto. Acho que vou descobrindo que é o abraço de Deus e os Seus pés descalços ao lado dos meus.
As coisas grandes já foram pequenas e, as pequenas, nascem do 'sim' que lhes damos.
Correr o risco implica 'fé' e 'ter fé' pede confiança...'mesmo que não Te veja, mesmo que não Te sinta, mesmo que não saiba o final'.

Estou inteira no que faço.